Colégio Santo Antônio

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REFLETINDO SOBRE A PERFEITA ALEGRIA

Data: 11 de junho de 2013

Chamando Frei Leão, que ia na frente, Francisco lhe disse: “Frei Leão, ainda mesmo quando nós, frades menores, em toda terra déssemos exemplo de santidade e de boa edificação, não obstante escreve e nota diligentemente que não está nisso perfeita alegria”.E, indo São Francisco mais além, chamou-o pela segunda vez e lhe disse: “Ó Frei Leão, ainda mesmo quando o frade menor iluminasse os cegos, estirasse os entrevados, expulsasse os demônios, restituísse o ouvido aos surdos e o andar aos coxos, o falar aos mudos e, o que é maior coisa, ressuscitasse os mortos de quatro dias; escreve que nisto não está perfeita alegria”.Pela terceira vez, após haver caminhado um pouco, Francisco gritou forte: “Ó Frei Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas e todas as ciências, e todas as escrituras, de modo que soubesse profetizar, e revelar não somente as coisas futuras, mas até mesmo os segredos das consciências e das almas; escreve que não está nisto perfeita alegria”.

Indo um pouco mais além, São Francisco chamou ainda forte: “Ó Frei Leão, ovelhinha de Deus, ainda que o frade menor fale com língua de anjo, e saiba os cursos das estrelas, e as virtudes das ervas; e ainda quando lhe fossem revelados todos os tesouros da terra, e ele conhecesse as virtudes das aves, e dos peixes, e de todos os animais e dos homens e das árvores, e das pedras e das raízes e das águas, escreve que não está nisso perfeita alegria”.
E, andando São Francisco mais um pedaço sem dizer nada, depois chamou forte: “Ó Frei Leão, ainda quando o frade menor soubesse pregar tão bem que convertesse todos os fiéis à fé de Cristo, escreve que não está perfeita alegria!”.

E, durando este modo de falar por bem duas milhas, com admiração Frei Leão lhe disse: “Pai, rogo-te da parte de Deus me digas onde está perfeita alegria”.E São Francisco respondeu-lhe: “Quando estivermos em Santa Maria dos Anjos, assim banhados pela chuva e gelados pelo frio, e enlameados de lodo, e aflitos de fome, e batermos à porta do lugar, e o porteiro vier irado, e disser: “Quem sois vós?”, e nós dissermos: “Somos dois dos vossos irmãos”, e ele disser: “Não falais a verdade, antes sois dois tratantes, que andais enganando o mundo, e roubando as esmolas dos pobres; ide-vos embora!”, e não nos abrir, e nos fizer ficar do lado de fora, expostos à neve e à água, com frio e com fome, até à noite; então, se nós agüentarmos pacientemente tanta injúria e tanta crueldade e tantos repúdios, sem nos perturbarmos, e sem murmurar contra ele, e humilde e caridosamente pensarmos que aquele porteiro realmente nos conhece, e que Deus o faz falar contra nós, – ó Frei Leão, escreve que aí está perfeita alegria”.

“E, se nós perseverarmos batendo, e ele sair para fora perturbado, e como a uns pés-rapados importunos nos enxotar com vilanias e com bofetadas, dizendo: “Parti-vos daqui, ratoneiros vilíssimos, ide para o hospital, pois aqui não comereis nem vos abrigareis”; se nós aguentarmos isto pacientemente e com alegria e com amor; ó Frei Leão, escreve que aí está perfeita alegria.
“E se, embora forçados pela fome, e pelo frio e pela noite, batermos mais, e com grande pranto rogarmos pelo amor de Deus que ele nos abra e n os ponha também para dentro, e ele, mais escandalizado, disser: “Estes são uns marotos importunos, mas eu lhes pagarei bem, como merecem”, e sair fora com um porrete nodoso, e nos pegar pelo capuz, e nos jogar por terra, e nos envolver na neve, e nos bater com aquele porrete; se nós todas estas coisas agüentarmos pacientemente e com alegria, pensando nas penas de Cristo bendito, as quais devemos aguentar por seu amor; ó Frei Leão, escreve que aqui e nisto está perfeita alegria!”“E, no entanto, Frei Leão, ouve a conclusão: Sobre todas as graças, e os dons do Espírito Santo, as quais Deus concede aos seus amigos, se há de vencer a si mesmo, e, por amor de Cristo, aturar de bom grado penas, injúrias e opróbrios e incômodos, porque em todos os outros dons de Deus nós não podemos gloriar-nos, por não serem nossos, mas de Deus. Pelo que o Apóstolo diz: “Que tens tu que não hajas de Deus? e, se dele o houveste, por que te glorias dele, como se de ti houvesses?” Mas na cruz da tribulação e da aflição podemo-nos gloriar, porque esta é nossa; e por isto o Apóstolo diz: “Não quero gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!”

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Fontes franciscanas – I Fioretti

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